" - Ele contava-lhe alguma coisa acerca da sua vida em Paris?
- Não. O Julián não gostava de falar dos seus livros ou de si mesmo. Não me pareceu que fosse feliz em Paris, embora me desse a impressão de que era uma daquelas pessoas que não podem ser felizes em lado nenhum. A verdade é que nunca cheguei a conhecê-lo a fundo. Ele não deivaxa. Era um homem muito reservado e às vezes parecia-me que o mundo e as pessoas tinham deixado de lhe interessar. O senhor Cabestany tinha-o por muito tímido e um tanto lunático, mas a mim pareceu-me que o Julián vivia no passado encerrado com as suas recordações. O Julián vivia portas adentro, para os seus livros e dentro deles, como um prisioneiro de luxo.
- Diz isso como se o invejasse.
- Há piores prisões que as palavras, Daniel."
- Não. O Julián não gostava de falar dos seus livros ou de si mesmo. Não me pareceu que fosse feliz em Paris, embora me desse a impressão de que era uma daquelas pessoas que não podem ser felizes em lado nenhum. A verdade é que nunca cheguei a conhecê-lo a fundo. Ele não deivaxa. Era um homem muito reservado e às vezes parecia-me que o mundo e as pessoas tinham deixado de lhe interessar. O senhor Cabestany tinha-o por muito tímido e um tanto lunático, mas a mim pareceu-me que o Julián vivia no passado encerrado com as suas recordações. O Julián vivia portas adentro, para os seus livros e dentro deles, como um prisioneiro de luxo.
- Diz isso como se o invejasse.
- Há piores prisões que as palavras, Daniel."
in A Sombra do Vento, Carlos Ruiz Zafón
2 Comments:
Adorei a Sombra do Vento! Acho que é o livro da minha vida (por enquanto)!Que bom encontrar alguém que também gostou...
é simplesmente delicioso.:)
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